
A época das cerejas chegou finalmente e não há dúvida de que é uma fruta muito fotogénica, que dá excelente fotografias. Tem as proporções e as curvas certas, tanto na polpa como no caule, para que seja possível ensaiar bailados acrobáticos. Neste caso serviram apenas para alegrar uns
queques de limão em versão
experimental.

Para esta receita de
queques utilizei os seguintes ingredientes:
- 1 chávena de chá de
espelta- 1 chávena de chá de farinha de arroz integral (crua)
- 1/2 chávena de chá de farinha de
quinoa- 4 colheres de sopa de açúcar
mascavado- 2 ovos
- 1 iogurte magro
- sumo e casca ralada de 1/2 limão
bio- 1/2 chávena de azeite
- 1 colher de chá de
extracto de baunilha
- 1 saquinho de levedura (4,6 g) ou de preferência, pelas razões que a seguir indico, 1 colher de sopa de fermento Royal, acrescentada eventualmente de mais 1/2 colher de chá de bicarbonato de sódio.
Como habitualmente, misturar primeiro os ingredientes secos e juntar depois os húmidos. Como nesta receita resolvi
experimentar a levedura, comecei por a dissolver em o.5
dl de água morna. No caso de fazer com o outro fermento este volume de liquido pode ser substituído por igual quantidade de leite magro.
Quanto à decoração foi só mergulhar as cerejas em cobertura de chocolate branco derretida e depois fixar aos queques.

A utilização de outros tipos de farinhas, para além da habitual farinha de trigo, coloca alguns problemas no processo de fermentação que tentei compreender melhor Até porque nesta receita resolvi
experimentar o fermento de padeiro. Este fermento é formado por
microorganismos vivos que se vão alimentar da massa e nesse processo irão libertar dióxido de carbono e outros compostos. Vai ser a libertação deste gás que provoca o aumento de volume do pão ou dos bolos. No caso dos fermentos químicos o que vamos ter na sua composição é um ácido e uma base que ao reagirem vão libertar também o dióxido de carbono. Por isso, é importante que quando se fazem os
queques e depois de adicionar os ingredientes secos aos húmidos se bata pouco a massa e se coloque rapidamente no forno, para aproveitar a reacção inicial. Perdoem-me esta minha vertente tão professoral, mas isto é apenas para eu própria perceber o que se passou com o processo de fermentação.
Mas há o problema do tipo da farinha, porque algumas não possuem
gluten (proteína) responsável por fornecer
elasticidade que permita às massas crescerem. Com a farinha de trigo normal não há problema, mas quando passamos para outros géneros de farinhas devemos ter em consideração que algumas não possuem
gluten ou possuem muito pouco. No caso desta receita resolvi
experimentar a levedura, fiada que a farinha
espelta ainda tem algum
gluten. Como é possível verificar não cresceram muito, por isso aconselho as minhas leitoras a utilizarem em lugar do saquinho de levedura 1 colher de sopa rasa de fermento químico.