sexta-feira, 2 de julho de 2010

Diário de viagem - dia 3


As expectativas de que hoje tivesse um dia mais interessante, gastronomicamente falando, sairam completamente goradas até este momento. Considero que tenho bastante abertura e tolerância no que se refere a outras dietas alimentares ou mesmo a outros horários. O que acontece é que em qualquer país existe boa e má comida. Quando nos encontramos inseridos em grupos e existe uma organização que providencia estes aspectos temos de nos sujeitar ao que aparece. Não tenho dúvidas que tudo foi feito pensando no bem estar de todos nós, mas nem sempre as coisas acontecem como desejamos e são os própros organizadores dos eventos a sofrerem mais nestas ocasiões.

Hoje passei o dia na região de Almería, mais precisamente na vizinhança do Cabo de Gata. Imaginei que iriamos comer um "pescadito" frito num pequeno restaurante típico a beira-mar, mas nada disto aconteceu. Em contrapartida, para além de andar pelos campos observado formações vulcâncicas, também estive no local onde foram filmadas algumas das cenas do Lawrence da Arábia.


quinta-feira, 1 de julho de 2010

Diário de viagem - dia 2


Hoje, em termos gastronómicos, o dia não foi brilhante. Aliás, o jantar de ontem também não o foi, embora as tapas na fotografia até apareçam com bom aspecto. Salvou-se a cidra bem gelada, que ajudou a suavizar o calor que faz sentir em Espanha por estes dias.

O dia saldou-se pela visita à zona mineira de Linares, onde também almoçámos. Tinham-nos dito que poderia escolher o primeiro e o segundo prato de uma lista de quatro, mas na verdade a única opção, segundo um colega, era apenas entre comer o que nos colocavam à frente ou não comer. Claro que optámos pela primeira. Deixo aqui apenas um pequeno apontamento sobre uns espargos, com favas e alhos porros pequenos, que estavam bastante agradáveis.

O dia terminou em Granada, com uma espetáculo de flamengo e um passeio pelo centro histórico. Amanhã espera-me nova madrugada e um dia de calor.


quarta-feira, 30 de junho de 2010

Diário de viagem - dia 1

Vou tentar fazer uma espécie de diário de viagem, numa vertente essencialmente gastronómica, embora o que me tenha trazido até Espanha não tenha nada que ver com esta área. Ontem enquanto se desenrolava o jogo de futebol estava a preparar-me para apanhar o Lusitânia com destino a Madrid. Esta viagem é uma espécie de Expresso do Oriente à escala ibérica. Ficamos com a sensação de ganhar tempo, quando depois de uma noite mais ou menos bem dormida, chegamos de manhã cedo ao nosso destino. O comboio balança um pouco e anda devagar, mas esse é o seu grande charme.

Às 7.30 (6.30 em Portugal) acordando-nos para tomarmos o pequeno almoço, que é um dos momentos mais agradáveis do trajecto. Enquanto os campos e as vilas vão sendo ultrapassadas, tomamos com toda a calma uma refeição ligeira, mas bem servida. Hoje estávamos preparados para ter de enfrentar grandes engarrafamentos, devido à greve do Metro, mas tudo acabou por correr bem.

Claro que depois foi necessário aguardar até às 13.00 para ir almoçar. Seguindo os hábitos locais comemos um primeiro e um segundo prato e para terminar uma sobremesa. Um exagero de comida e alguns excessos, mas que bem mereço! Começámos por dividir um revuelto de morcilla e uns espargos, para depois passarmos para um leitão frito e um bacalhau frito mas embrulhado em polme (rebozado). Terminámos depois com um bolo de chocolate acompanhado de doce de morango e com um pudim.

Para ajudar a digestão aproveitámos para ir até à Plaza Mayor, visitando no caminho uma lojas de gulodices, que para além de ter óptimos produtos tem umas lindas embalagens. Embora, a maior parte dos produtos sejam, segundo julgo de origem francesa, tornou-se num local de paragem para os turistas. No meu caso, aproveitei para comprar uns biscoitos para o lanche.



terça-feira, 29 de junho de 2010

Obrigada


Obrigada à Carla do blogue De cozinha em cozinha passando pela minha pelo "PRÉMIO DARDOS" que é uma corrente de amizade virtual e destina-se a reconhecer o valor dos blogueiros que se dedicam a transmitir valores culturais, humanos, literários, etc. Recebido o prémio há que cumprir determinadas regras:

1º - Exibir a imagem do selo no Blog;
2º - Exibir o link do blog através do qual recebeu o prémio;
3º - Escolher 10, 15 ou 30 blogues para atribuir o prémio.

Neste momento, por falta de tempo, devido a viajar ainda hoje, não consigo cumprir a tarefa 3, mas logo que regresse actualizarei esta entrada.

Dourada assada com as cores portuguesas

Nos próximos dias, por motivos ainda de trabalho, vou estar ausente da minha cozinha. Tentarei ir dando notícias, mas poderei ser mais irregular nas minhas entradas neste blogue.

Hoje, atentendo ao dia, a exigir algum patriotismo, mesmo para quem como eu gosta muito de nuestros hermanos, deixo aqui ficar um peixe assado, devidamente equipado com as cores portuguesas.

Comecei por colocar num pirex um conjunto de talos de aipo, para deste modo fazer uma espécie de grelha. Depois temperei de sal o peixe, coloquei sobre o aipo. Como necessitava de acabar com alguns ingredientes, juntei-lhe uma quantidade abundante de tomate, pimento verde e cebola. Reguei com azeite e vinho branco, polvilhei com orégãos, e foi ao forno durante cerca de 40 minutos.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Bolachas de sementes

Estas bolachas são uma adaptação de uma receita que vi no livro de Garance Leureux, Curcuma, o qual fez parte da última encomenda que recebi da Amazon. Acho que foi a primeira vez que fiz bolachas. São óptimas para ter numa caixinha dentro da secretária, para aqueles momentos em que apetece trincar alguma coisa e não temos tempo. Também ficam muito bem numa mochila, quando se vai para o campo.

Como ingredientes utilizei:

- 200 g de farinha de kamut (deveria ter sido de cevada)
- 50 g de sementes de linho moídas
- 50 g de sementes de girassol moídas
- 1 colher de café de curcuma
- 2 colheres de sopa de açúcar mascavado (deveria ter sido mel)
- 3 colheres de sopa de azeite

Misturei todos estes ingredientes, adicionando a água suficiente para que se formasse uma massa que pudesse ser estendida o mais fino possível. Depois de estendida a massa salpiquei com sementes de girassol e de sésamo e calquei com o rolo da massa para elas se enterrarem na massa. Cortei quadrados de 3x5 cm que levei ao forno num tabuleiro revestido com papel vegetal ligeiramente untado de azeite. Devem cozer lentamente (30 minutos) em forno pouco quente (150ºC) para que no fim fiquem crocantes.

domingo, 27 de junho de 2010

Bolo de beterraba e chocolate


Quando se come uma fatia de um bom bolo de chocolate parece-nos que o mundo fica em suspenso, por uns minutos, enquanto as nossas papilas enviam sinais de prazer ao cérebro. Claro que este bolo não se compara certamente às madalenas celebrizadas por Marcel Proust, na sua obra Em busca do tempo perdido, mas permitiu adoçar um pouco a minha tarde de domingo. Podem ficar cépticas em relação à mistura, mas posso garantir que estava muito bom.

Os ingredientes "secretos" desta poção mágica são os seguintes:

- 300 g de farinha
- 150 g de açúcar mascavado
- 6 ovos
- 1 colher de sopa rasa de fermento
- 1 colher de chá de bicarbonato de sódio
- 3 beterrabas médias já cozidas e reduzidas a puré
- 70 g de cacau em pó
- 1 colher de chá de extracto de baunilha

Comecei por bater muito bem as gemas com o açúcar, até obter uma consistência homogénea e cremosa. Depois adicionei o puré das beterrabas. Estas beterrabas que utilizei são daquelas que se comram já cozidos nos supermercados. Juntei depois o cacau em pó e por último, alternando, a farinha com o fermento e o bicarbonato misturado e as claras em castelo. Envolvendo tudo com cuidado. O ideal teria sido peneirar a farinha com o cacau e com os restantes ingredientes secos. Esta é uma operação maçadora, mas na verdade torna os bolos mais leves. Coloquei a massa numa forma, neste caso de silicone e já com algum uso, mas se tivesse utilizado uma forma de alumínio ou mesmo teflon seria conveniente forrá-la, porque o bolo fica húmido e com alguma tendência para ficar colocado ao fundo.

Biscoitos de aveia com chocolate (2)

Esta nova versão de biscoitos de aveia com chocolate já foi realizada antes da que coloquei anteriormente. Só que foi ficando no desktop do computador, na lista de futuras entradas. Como agora resolvi colocar em dia tudo, ou quase tudo, o que estava atrasado chegou o momento de ela chegar ao espaço virtual. A receita tem características muito diferentes da outra, embora os ingredientes base até sejam semelhantes.

Nestes biscoitos utilizei:

- 300 g de farinha de kamut
- 2 colheres de sopa de açúcar mascavado
- 1 colher de chá de fermento
- 2 colheres de chá de extracto de baunilha
- 1 ovo
- 1, 5 dl de leite magro
- 2 colheres de sopa de azeite
- 1 colher de chá de canela
- 1 chávena de chá de flocos de aveia
- 100 g de chocolate negro grosseiramente partido

Comecei por misturar primeiro os ingredientes secos, adicionando depois os húmidos. Os bocadinhos de chocolate só foram adicionados no fim. Com a ajuda de uma colher de chá deite bocadinhos desta massa num tabuleiro forrado com papel vegetal de cozinha. Foram ao forno (200ºC) durante 15 minutos. Deixei arrefecer um pouco antes de os retirar do tabuleiro e colocar na grelha de bolos.



sábado, 26 de junho de 2010

Curcubitáceas, curcuma e alecrim

Eu sei que uso e abuso de determinados ingredientes. Aliás, muitas vezes quando o abro apercebo-me que a cor dominante é o amarelo. Este tabuleiro de vegetais (abóbora amarela de espécie não identificada + patisson), vai encontro dos conselhos do Drº. Servan-Schreiber. Apesar de singela anoto a receita neste meu blogue para eu própria não me esquecer, porque também o utilizo como caderno de notas/diário de cozinha.

A receita é facílima. Cortei as abóboras aos bocados, aproveitando a casca, temperei com um fio de azeite, salpiquei com curcuma em pó, com alecrim picado e temperei com pimenta preta. O facto de utilizar esta última especiaria é apenas para potenciar o efeito preventivo da curcuma no tratamento de algumas doenças. Para incrementar ainda as boas propriedades do prato juntei-lhe uns alhos descascados inteiros. Levei ao forno cerca de 20 a 30 minutos.

Aliás, falando em curcubitáceas continua sem solução o mistério da planta que está a crescer no meu terraço. Há várias hipóteses, mas a pouco experiência na área, a não ser como consumidores, ainda não nos permitiu esclarecer o assunto.

Bolo de morangos com mistura de farinhas

Este bolo já foi feito há dias o que acontece é que tem vindo a ser ultrapassado por outras coisas fui fazendo. Faz parte do meu aproveitamento de uma série de tipos de farinha que tinha em casa e ao mesmo tempo de algumas experiências que tenho vindo a realizar sobre a textura, resultante das variadas misturas. É um bolo simples, quase que poderei dizer de dieta. Pelo menos foi dessa forma que o apelidaram cá em casa. Ficou agradável para o pequeno almoço, mas deve ser comido já frio, por causa da consistência do polvilho azedo.

Assim, os ingredientes para este bolo foram os seguintes:

- 2/3 de chávena de chá de polvilho azedo
- 1 chávena de chá de farinha de espelta
- 1 chávena de chá de fécula de batata
- 2 colheres de sopa de açúcar amarelo
- 1 colher de sopa rasa de fermento
- 1 colher de chá rasa de bicarbonato de sódio
- 1 colher de sopa cheia de canela
- 1 1/2 chávenas de leite magro
- 2 ovos (claras batidas)
- 1 chávena cheia de morangos em puré
- 1 chávena de morangos inteiros

À semelhança de outros bolos misturar primeiro os elementos secos e depois adicionar os liquidos, deixando para o fim a junção das claras em castelo. Processo que deve ser feito com cuidado. Depois de deitar a massa na forma é que a salpiquei com os morangos inteiros, que ao cozerem se enterraram no bolo, porém ainda continuaram visiveis no topo. Esteve cerca de 30 a 40 minutos no forno.