terça-feira, 27 de março de 2012

Filetes de pescada no forno

Esta receita é uma adaptação de uma outra realizada pela Babette. Apenas lhe dei um toque oriental.

Comecei por colocar, durante umas horas, os filetes em leite, sumo de limão e alho. Depois esmaguei grosseiramente cerca de 2 chávenas de cornflakes a que misturei sal refinado e 1 colher de chá de caril. Passei os filetes por esta mistura e coloquei-os num tabuleiro revestido de papel vegetal. A meio da cozedura, com um tempo total de 15 minutos, virei-os com uma pinça para ganharem cor dos dois lados. Foram servidos com molho de tamarindo.

sábado, 24 de março de 2012

Um bolo de chocolate sem receita

Rituais de domingos. Flores e bolo de chocolate numa tarde de primavera. O bolo que se desejou, fofo e húmido. Companhia para um chá, numa tarde de sol. Permaneceram o sonho e as flores. O bolo desta vez não terá receita, porque apesar de todo o carinho com que foi preparado pela Vera, ele teimou em não querer cozer por dentro. Para a história ficará a memória de uma tarde doce, mesmo que sem bolo.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Uma espécie de animismo tecnológico (arroz basmati com leite de coco)


Às vezes, os objectos parecem ter alma e quererem prender-se a nós, custe o que custar. Foi o que aconteceu comigo e com uma panela de cozer arroz, no último sábado. Numa visita ao Corte Inglés tinha em mente dois instrumentos absolutamente essenciais para a minha existência. Uma panela de arroz e uma frigideira de ferro. Podem achar uma banalidade ter este tipo de pensamentos. A verdade é que naquele preciso dia e àquela hora eles eram algo que eu queria muito encontrar.

O meu marido chamou-me a atenção para o momento de crise, para a necessidade de pensar antes de gastar dinheiro e principalmente para o facto de uma panela de cozer arroz servir para muito pouco. Ele já tinha tido uma enquanto estudante e não se lembrava de ter preparado grandes pratos a partir deste utensílio. Claro que esta é a minha oportunidade para destilar um pouco de veneno, acho que nem com panelas de alta qualidade e um fogão a gás topo de gama, isso iria acontecer. Por isso, este último argumento caiu no vazio. Enquanto decorriam estas conversações a empregada apareceu com uma panela pequena como eu tinha imaginado. Foi nesse momento que ocorreu uma empatia imediata com o objecto. Mas os argumentos dissuasores continuavam de forma persistente, até que de súbito olho para o lado e a empregada já tinha a panela embrulhada. Foi o momento de afirmar triunfante "a panela de arroz quer ir comigo para casa e eu quero levá-la". Como as histórias infantis espanholas que terminam sempre "foram muito felizes e comeram muitas perdizes", neste caso proponho o seguinte desejo "vamos ver se somos muito felizes e se comemos muito arroz". No final, os dois acabámos por sucumbir à panela e à irracionalidade do momento.

Agora passemos a questões práticas. Para que serve este pequeno electrodoméstico? Segundo uma revista SAVEUR recente, para muitas coisas, além de cozer arroz. É isso que irei tentar descobrir nos próximos tempos. Para já comecei com uma receita adaptada da referida revista:

Arroz basmati com leite de coco

300 g de arroz basmati; 30 g de manteiga; 30 cl de leite de coco; 20 cl de caldo de legumes; 4 bagas de cardamomo esmagadas; uns filamentos de açafrão.

O primeiro passo é lavar o arroz em água fria. Depois deita-se na panela. Junta-se a seguir o caldo de legumes ligeiramente aquecido, a manteiga derretida, o leite de coco, os cardamomos e o açafrão, temperando com sal. Mexe-se tudo com a colher que acompanha a panela. Coloca-se a panela em modo de cozedura e espera-se que termine. No meu caso, talvez por falta de experiência tive de ligar duas vezes a panela. Agora o arroz ficou delicioso.

Serviu para acompanhar uns camarões que passei por azeite com muito alho e a que também juntei o resto do leite de coco e um pimento lampião.