domingo, 31 de janeiro de 2010

Pão de sardinhas 2


Desta vez resolvi experimentar uma outra receita de pão de sardinhas, que resultou de algumas alterações que fiz num "pastel de atum e orégãos". Nesta nova versão utilizei: 220 g de farinha com fermento, 4 ovos, 2 latas de sardinhas, em azeite, sem pele nem espinhas, 2 colheres de chá de massa de pimentão para temperar carne, 75g de queijo ralado, 2 colheres de sobremesa de orégãos e 2 colheres de sopa de azeite. Misturei tudo e deitei numa forma de bolo inglês (silicone). Cozeu a 200ºC durante cerca de 40 minutos.
Às vezes poderá parecer que me esqueço do sal, mas a realidade tenho muito cuidado com a quantidade que uso e sempre que posso reduzo bastante. Neste caso, como as sardinhas e massa de pimentão já têm sal não é necessário acrescentar mais.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Baeckaoffe de borrego



Das minhas estadias em Mulhouse ficou o gosto pela gastronomia alsaciana e, em particular, pelo Baeckaoffe. É um prato tradicional, preparado com três tipos de carne, vaca, porco e borrego. A sua preparação faz-se em recipientes de cerâmica muito coloridos, pintados à mão com motivos alsacianos. Infelizmente não tenho nenhum dessas vasilhas. Já por várias vezes me tenho sentido tentada a comprar, mas o meu marido apesar de grande apreciador de Baeckaoffe lembra-me logo que à custa da aquisição do dito recipiente não poderá transportar para Portugal o equivalente a uma dúzia de livros. E é claro que esta é uma concorrência desleal, porque estes últimos acabam sempre por vencer. Assim, tenho de me satisfazer com umas pequenas cocottes.

Claro que faço as minhas adaptações à receita original. Por exemplo, para ter um prato com menos gordura uso borrego e/ou porco de zonas mais magras. Hoje utilizei uma perna de borrego que pedi no talho para ser cortada como se fosse para guisar. Mas reconheço que fica melhor preparado com costela ou outra parte do borrego ou porco com mais gordura. De véspera coloco a carne numa infusão de vinho branco seco, cebolas em rodelas (2 cebolas), 10 bagas de zimbro e 2 folhas de louro. É importante que seja um vinho branco seco, porque com vinho maduro o paladar fica completamente alterado. No dia seguinte, coloca-se num recipiente de cerâmica de ir ao forno, com tampa, uma pequena camada de batatas cortadas às rodelas (0.3 a 0.5 cm), algumas rodelas de cenoura também não muito grossas e parte da cebola da marinada, juntamente com alguns grãos de zimbro. Polvilha-se de sal. Depois coloca-se a carne que também só tempero de sal na altura. Por último, uma camada de cebola, mais umas rodelas de cenoura e a terminar uma camada de rodelas de batata e uns salpicos de sal. Deita-se um pouco da marinada no recipiente, mas apenas até 1/3 da sua altura. Hoje, como as cocottes estavam muito cheias resolvi, seguir aquilo que também é tradição, fazer um pouco de massa com água e farinha, tipo pão, e colocar um rolo à volta dos recipientes para deste modo ficarem bem selados e os aromas permanecerem no interior. Depois foi ao forno 1 hora, embora eu pense com 45 minutos talvez tivesse sido suficiente. O aspecto final é o que se segue.



domingo, 24 de janeiro de 2010

Pão de sardinhas



Ao jantar não gosto de ingerir alimentos muito pesados. Prefiro uma sopa, uma salada ou apenas uma fatia de um bolo salgado, como este pão de sardinhas.

Para a sua confecção misturei 4 ovos interiros com uma pitada de sal a 3 colheres de sopa de azeite e a 10 cl de vinho verde. Depois adicionei 200g de farinha com fermento, continuando a bater até a massa ficar homogéna. Por último, acrescentei duas latas de sardinhas sem pele nem espinhas, cortadas aos bocados, dois ramos de alecrim frescos também cortados e 50 g de azeitonas fatiadas. Misturei tudo e levei ao forno numa forma de rectangular, durante cerca de 50 minutos.

Tapioca com pêra assada


Ontem tinha preparado uns copos de tapioca com pêra assada que não ficaram com a consistência desejável para uma sobremesa, por isso aproveitei-os hoje para o pequeno almoço. Fresquinhos, estavam excelentes. Ou talvez seja eu que sou capaz de comer tapioca de qualquer forma e ficar sempre deliciada. A tapioca, desta vez de origem japonesa, foi cozida cerca de 4 a 5 minutos em água. Depois retirei-a e coloquei-a numa mistura de leite de cabra e de leite de coco. Deixei ferver, mexendo sempre, até ficar transparente.

Na sexta-feira tinha assado umas pêras, cuja variedade não sei identificar, mas que se diferenciam bem das restantes por virem com  um pouco de lacre no caule. Apresentam-se na forma de exemplares bastante grandes, que costumo escolher ainda um pouco rijos. Faço-lhes uns cortes e levo-as ao forno num tabuleiro com um pouco de água no fundo. Quando estão no seu ponto certo de amadurecimento ficam deliciosas. Assim comecei por colocar pedacinhos de pêra assada na base das canecas de vidro e depois deitei-lhe a tapioca por cima. Coloquei no frigorífico, mas infelizmentenão chegou a solidificar. De qualquer forma a mistura de sabores estava muito agradável. Não futuro poderei trabalhar melhor esta ideia.

Tarte de abóbora, rebentos de trigo e cebolinho


Esta tarte resultou, em parte, das receitas anteriores. Com a massa das estrelinhas de lentilhas, que me sobrou, forrei a tarteira, aproveitando o resto do puré de abóbora para fazer a base do recheio. As quantidades dos vários ingredientes não foram calculadas com rigor, mas sim geridas as proporções até obter uma consistência que considerei adequada para o recheio de uma tarte.

Assim, utilizei cerca de 1 1/2 chávenas de puré de abóbora, 1 pacote de cebolinho cortado em pedacinhos com uma tesoura, 2 ovos inteiros, 1/2 chávena de leite, 1 chávena de rebentos de trigo integral, 1/2 chávena de queijo parmesão e 1/2 colher de chá de noz-moscada. Mas como digo não fui rigorosa a medir, porque mais uma vez a composição resultou do que tinha disponível e também da inspiração do momento. Levei ao forno cerca de 45 minutos a 200ºC. Apenas queria referir que a tarteira que utilizei é relativamente pequena.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Pequenos queques de abóbora e de laranja



Esta receita retirei-a da revista Saveur, mas confesso que me estava a preparar para obter um maior número de queques. Até pensei em congelá-los! Pura ilusão. Penso que vão desaparecer rapidamente. Eu própria já necessitei de comer um, pois poderiam não estar bons!

Comecei por partir uma abóbora pequena (butternut) aos bocados. Cozi-a em vapor e coloquei-a depois num passador fino, pressionando com uma colher de sopa para sair o máximo da água. Para esta receita apenas se necessitam de 65 g de puré, o que significa que me sobrou bastante puré de abóbora, que amanhã aproveitarei por exemplo numa tarte. Lavei bem uma laranja (bio), sequei-a e depois raspei-lhe a casa que juntei a 60 g de manteiga derretida. Adicionei a 140g de maizena a 1 colher de chá de fermento. À parte bati um ovo (grande) com 60 g de açúcar amarelo, adicionando depois 5 cl de sumo de laranja. Juntei a este último preparado o puré da abóbora e a farinha com o fermento. Misturei tudo bem e coloquei em formas de silicone, salpicando os queques com algumas sementes de abóbora. Foram ao forno cerca de 20 minutos a 180ºC.

Estrelinhas de lentilhas coral (sem açúcar)



Estas estrelinhas são uma sugestão para os que não querem, ou não podem, comer doces. Comecei por escaldar durante 3 horas uma chávenas almoçadeira de lentilhas coral. Findo este tempo escorri-as e misturei-lhes 2 colheres de sopa de azeite. Triturei até obter um creme a que adicionei 2 colheres de sobremesa de erva doce, 1/2 colher de café de noz-moscada, 1 colher de chá de canela e 1 ovo inteiro. Amassei a pasta com a ajuda de farinha integral, que juntei na quantidade suficiente para obter uma massa que fosse possível estender com o rolo. Coloquei esta massa no frigorífico, dentro de um saco de plástico, durante 1 hora. Depois estendi e cortei pequenas bolachas, que antes de irem ao forno (10 a 15 minutos) polvilhei com canela.

Para mim estão óptimas sem açúcar, mas os gulosos certamente que prefiriam com algum doce. Sobrou-me bastante massa que espero utilizar para forrar uma tarteira. Ainda não sei, é se vou fazer uma tarte doce ou salga, mas logo saberão!

Pernas de peru com crosta de "bulgur"

Há muito tempo de não fazia um assado de peru, por isso na sexta-feira lembrei-me de comprar duas pernas pequenas. Para não ficarem muito secas cobri-as com uma crosta, fazendo uso dos ingredientes tinha em casa. Nada disto foi pensado com muita antecedência. Assim, como não tinha pão ralado pensei que o "bulgur" poderia ser uma opção. Na verdade, acabou por funcionar muito bem. Provavelmente com o pão ralado não teria ficado nem tão bonito nem tão bom.


Segui as intruções do pacote de "bulgur". Isto é, cozi uma chávena de "bulgur" em duas chávenas de água durante 15 minutos, num tacho tapado. Findo esse tempo deitei o "bulgur" numa tigela e juntei-lhe 2 colheres de sopa de massa de pimentão, 2 colheres de sopa de alecrim seco, 2 colheres de sopa de azeite e 1 colher de chá de grãos de mostrada. Amassei esta mistura e com ela cobri as duas pernas do peru. À volta coloquei cebolas, novas e das tradicionais, aos quartos, uma batata doce pelada também aos bocados e um talo de aipo partido. Salpiquei com folhas de tomilho fresco, reguei com azeite e vinho branco, mas apenas os legumes. Em cima das pernas, porque tive receio da crosta poder ficar muito seca, coloquei pequenas nozes de manteiga. Talvez não tivesse sido necessário!

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Turbante de borrego e pêra-rocha



Hoje não sabia muito bem o que preparar para o jantar, mas apetecia-me estrear o meu cordel novo de cozinha, atando alguma peça de carne. Às vezes a cozinha tem para mim efeitos terapêuticos ocultos! Porém acabei por inventar uma receita que não me permitiu usar a força. Pelo contrário, tive de ser bastante cautelosa ao montar o "turbante".

Para este assado utilizei 6 costeletas de borrego, que barrei abundantemente de massa de pimentão e 2 pêras-rocha, cortadas aos quartos. Intervalei as costeletas com as pêras e montei o "turbante" com a ajuda do cordel. Enterrei alguns ramos de tomilho fresco nos espaços entre a carne e as pêras. Reguei com azeite e um pouco de vinho branco e levei ao forno cerca de 45 minutos. O resultado final é o que se segue:

 

domingo, 17 de janeiro de 2010

Mousse de chocolate com tomilho e mirtilhos (sem açúcar)



Considero que esta receita resultou de um momento de inspiração. Fiquei bastante satisfeita com o produto final. Não são as mousses de chocolate ditas "normais" que me sabem melhor, muito pelo contrário!

Para esta mousse utilizei 1/2 tablette de chocolate Lindt 85/% para culinária, que foi derretido no microondas com 1 colher de sobremesa de manteiga. À parte coloquei de molho, num pouco de água, 2 folhas de gelatina. Juntei a mistura do chocolate com a manteiga, que só aqueceu o suficiente para deterreter os dois ingredientes, a 2 claras batidas em castelo. Revolvi cuidadosamente. Adicionei folhas de tomilho frescas para aromatizar o chocolate (1 colher de chá). Por último, retirei a gelatina da água, espremendo o líquido e coloquei-a numa pequena taça, com um pouco de água que levei ao microondas apenas até a água aquecer ligeiramente e deterreter a gelatina. Deitei-a depois no preparado anterior e voltei a revolver a mistura com cuidado. Coloquei-a em 2 copos de vidro que levei ao frigorífico durante uma hora. Depois deitei em cada um dos copos 1/2 caixa de mirtilhos e polvilhei-os com açúcar em pó, que coloquei num passador para obter uma distribuição mais homogénea. Claro que este açúcar tem apensa efeito decorativo, porque é tão pouco que não chega a adoçar o conteúdo. Esqueci-me de referir, mas as quantidades a que me refiro são apenas para duas pessoas.

Pescada com açafrão-das-Índias


Cada vez estou mais adepta dos vegetais, porém é necessário comer peixe e para isso há que encontraar receitas saborosas e saudáveis. Desde que li em vários livros que o açafrão-das Índias é portador de diversas propriedades, utilizo-o com muita frequência na cozinha, tanto em salgados como em doces. Desta vez, resolvi dar um pouco de cor (amarela) às clássicas postas de pescada.

Para o efeito comecei por fazer um refogado com cebola picada e azeite a que depois juntei bagas de zimbro e sementes de coentros. Para além disso, adicionei também água e 4 batatas cortadas em rodelas de 0,5 cm. Deixei as batatas ficarem quase cozidas, mas não totalmente. Depois passei esta mistura para dois tachos individuais e coloquei por cima uma posta de pescada temperada de sal. Juntei ainda talos de salsa e uma folha de louro a cada um deles. Preenchi os recipientes com um pouco de água, mas sem cobrir o peixe (ficou a 2/3 da cocotte). Foram ao forno cerca de 20 minutos. Penso que o sabor teria ficado mais intenso se tivesse colocado vinho branco em vez da água, e, eventualmente, umas rodelinhas de chouriço.

Queijo de cabra atabafado com rebentos de trevo



Do meu germinador sairam também uns rebentos de sementes de trevo, que utilizei nesta salada muito fácil de preparar mas bastante nutritiva. Utilizei metade de um queijo de cabra atabafado, que coloquei por cima de uma cama de rebentos de trevo. Sobre estes salpiquei uma quantidade razoável de sementes de sésamo ligeiramente tostadas numa frideira, assim como alguns corintos. Por último, deitei um pouco de azeite sobre o queijo.

Flores



Às vezes temos a sorte das comemorações familiares coincidirem com o domingo. Foi o que aconteceu hoje e que por esse facto deu direito a um almoço melhorado, do qual resultam os três posts que colocarei de seguir. As flores foram oferta do meu marido, grande incentivador destas minhas actividades.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Argolas de polvilho azedo com côco (sem açúcar)



Quando estive no Rio de Janeiro, há alguns meses, adorei comer tapioca com côco numa feira de rua em Copacabana. A tal ponto, que fiquei sempre a pensar como poderia preparar o referido doce em Portugal. Do que tenho lido na internet apercebi-me que é necessária muita prática para acertar na quantidade de água que a fécula de mandioca deve levar. É o tipo de receita aparentemente simples, mas que quando passamos à acção começa a revelar-se de extrema dificuldade.

Em substituição resolvi inventar umas argolas de polvilho azedo, adaptando uma receita que vinha no próprio pacote. Comecei por utilizar 250 g de polvilho que escaldei com 1 chávena de leite de cabra meio-gordo e 1/2 chávena de óleo de milho. Deixei arrefecer e juntei 2 ovos inteiros e 1 chácena de côco ralado. Posteriormente, tive de juntar mais polvilho para obter uma massa capaz de ser moldada em argolas. Para mim estão perfeitas, porque adoro o sabor e a consistência.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Salada de grãos germinados de trigo integral, com figos e mel



A seguir às Festas comprei um germinador, numa casa de produtos dietéticos, e uma série de sementes já destinadas a serem utilizadas em processos de germinação com objectivos alimentares. Os primeiros rebentos foram ingeridos no seu estado natural, mas o sabor não me pareceu particularmente agradável, por isso resolvi inventar uma salada nutritiva, mas que ao mesmo tempo fosse agradável ao palato.

Para esse efeito coloquei numa pequena taça de vidro uma camada de cogumelos crus em lâminas (2 cogumelos), por cima uma camada de rebentos de trigo mole integral, depois um pequeno estrato de azeitonas pretas fatiadas, seguidas de dois figos secos (cuello de dama) também fatiados, e, tudo isto salpicado de pevides de abóbora e de uns bocadinhos de queijo. Para terminar ainda deitei  por cima cerca de 1/2 colher de café de mel. Levei ao microondas durante cerca de 30 a 45 segundos, para deterreter um pouco o queijo e estimular a libertação de odores pelos vários ingredientes. Antes de comer, misturei todos os ingredientes.

Posso dizer-lhes que foi um excelente jantar. Tive mesmo de resistir à preparação de uma outra taça de salada.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Abóbora potimarron, assada com especiarias


Adoro o sabor e a consistência da abóbora. Principalmente das potimarron. No Inverno são uma excelente opção para um acompanhamento simples, com poucas calorias, mas pleno de aromas e de sabores.

Cortei a potimarron aos cubos, tirando-lhe a casca o que não teria sido absolutamente necessário uma vez que esta é comestível. Coloquei num prato de ir ao forno. À parte, num almofariz, triturei grãos de mostarda e sementes de coentros a que depois juntei cominhos já em pó. Com esta mistura salpiquei os pedaços de abóbora. Depois reguei com um fio de azeite e distribui por cima algumas pevides de abóbora. Foi ao forno cerca de 30 minutos a 200º C.

Pernas de frango no forno com aipo e alperces


O frio e a chuva que hoje assolou Lisboa forneceu as condições ideais para um dia dedicado à realização de preparações culinárias, assim como à arrumação da estante e dos livros de cozinha. O meu marido oferece-me frequentemente livros de gastronomia, às vezes mais que um por semana, por isso nos últimos anos eles têm vindo a invadir o espaço nas estantes, em filas duplas, numa espécie de mosaico que resulta do agrupar de pilhas de livros deitados e de outras de livros dispostos ao alto. Porém, apesar de todo o esforço de os encaixar no espaço que cada vez é mais reduzido, ainda não consegui arrumá-los por temas, nem arranjar local para as minhas revistas de culinária. Há poucos dias, lendo um post da Fer, num dos meus blogs preferidos - Chucrute com salsinhas, identifiquei-me totalmente com os montes de revistas espalhadas pela casa de onde saem post-its coloridos, marcando as receitas que me parecem interessantes.



Seguindo o princípio de uma alimentação saudável, mas que saiba bem e tenha uma boa apresentação, fiz para o almoço umas pernas de frango no forno. Para esse efeito utilizei frango do campo, que praticamente não tinha gordura, por isso não lhes tirei a pele. Salpiquei-o com um sal "asiático", que comprei na minha última deslocação a Burgos, numa loja gourmet, que não é mais do que um sal comum com algumas especiarias, que fazem parte da composição do vulgar caril. Este sal tem um sabor bastente suave e nem sequer é picante. Coloquei por cima da carne umas ramos de tomilho e ao lado pedaços de aipo, cortado e damascos demolhados em água quente onde tinha dissolvido pimentão (de Vera). Não sei se este último processo teria sido necessário! Os damascos ficaram bastante macios. Temperei tudo com um fio de azeite e para que não ficasse muito seco deitei-lhe também um pouco da água onde os alperces estiveram de molho. Depois levei ao forno durante cerca de 45 minutos. É preciso ter algum cuidado com os alperces, porque devido ao seu teor em açúcar com facilidade ficam dourados. No fim da cozedura foi necessário virá-los algumas vezes.

Acompanhei o frango com cubos de abóbora potimarron assados no forno, que serão objecto da próxima entrada.


sábado, 9 de janeiro de 2010

Doce de trigo serraceno com iogurte


Hoje resolvi experimentar o trigo serraceno, que na verdade não chega a pertencer à família dos "trigos"! Encontrei referência ao seu elevado valor dietético em vários sites e, em particular, a referência ao facto de não possuir glúten, o que o torna adequado para os celíacos. Mas não foi por isso que o resolvi experimentar, mas sim porque no geral gosto de comer cereais. Neste caso segui, em parte, as instruções da embalagem, grelhei ligeiramente os grãos (1 chávena de trigo serraceno) e cozi-os em 2 a 3 chávenas de água. Mas como habitualmente resolvi dar um toque pessoal, juntando algumas das especiarias que se usam na Alsácia para fazer o vin chaud (anis estrelado, pau de canela, cardamomo, gengibre seco) e uma casca de limão. Deixei cozer uns 25 minutos por distração, porque na verdade as instruções apenas referiam 15 minutos. Talvez por isso tivesse levado mais água do que a indicada. Depois de frio misturei com um iogurte magro e servi como doce de colher.

Acompanhei este doce (sem açúcar) com umas pêras passas da região de Viseu, as quais foram oferta de uns tios que as prepararam em casa. Estas pêras, muito boas, mas extremamente difíceis de encontrar no mercado, são produzidas artesanalmente a partir de uma determinada variedade de pêras. Aconselho-os a visualizarem o excelente vídeo sobre a sua produção, que podem encontrar no seguinte endereço: http://www.memoriamedia.net/central/index.php?option=com_content&view=article&id=30&Itemid=208

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Strudel para depois das festividades de fim de ano



Impossível não exagerar nos doces e nas gorduras durante as festas natalícias e de final de ano. Por isso, passado esse tempo e depois de consumidas todas as sobras, é necessário regressar aos bons caminhos, mas sem perder qualidade vida! Assim surgiu este strudel.

- Comecei por cortar em pedaços algumas maçãs reinetas, royal gala, grammy smith e umas pêras rocha. Levei ao lume num tacho com 2 colheres de sopa de água. Juntei-lhe a casca de 1 limão ralado, 2 paus de canela, 1 colher de café de açafrão-das-Índias, 1 pitada de cravinho moído, 3 colheres de sopa de sementes de sésamo e uma mão cheia de passas de uva. Deixei a mistura em fogo lento, num tacho tapado, mexendo de vez quando, até que as frutas começassem a amolecer mas não as deixando totalmente desfeitas. Retirei os paus de canela e deixei arrefecer.

- Aproveitei uns restos de massa filo que me tinham sobrado dos rebuçados de tâmaras, pincelando cada folha com azeite (cerca ce 5 a 6 folhas). No centro coloquei o recheio, enrolando de modo a dar-lhe a forma de strudel. Fiz tdo o processo de montagem sobre papel vegetal de cozinha que por sua vez estava já colocado em cima do tabuleiro do forno. Deste modo evietei o processo sempre delicado de transferência do strudel para o tabuleiro de ir ao forno. Dexei-o alourar cerca de 15 minutos no forno a uma temperatura de 200ºC.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Tarte de abóbora (potimarron) com queijo de cabra



Se alguma vez fui entusiasticamente cumprimentada por alguma coisa que tenha feito na minha cozinha, foi com esta tarte. Os elogios sucediam-se à medida que ela ia desaparecendo na tarteira, devido a repetições sucessivas dos comensais que participaram no jantar de Ano Novo. Há que confessar que foi uma enorme alegria para mim, porque quando comecei a preparar esta receita apenas tinha como única certeza que iria utilizar uma abóbora (potimarron) que tinha comprado há alguns dias. Tudo o resto, não foi mais do que um deixar levar-me pela imaginação, que antecipava os ingredientes que melhor se poderiam casar com o sabor desta abóbora.

- Comecei por partir uma abóbora de cerca de 1,5 kg em cubos de 2x2 cm. Levei estes cubos a estufar em lume muito brando em duas colheres de sopa de manteiga. Durante cerca de 30 minutos deixei a abóbora começar a caramelizar: A vantagem de utilizar a potimarron face a outros géneros de abóboras é que os pedaços se mantiveram inteiros. Temperei a abóbora com noz-moscada ralada no momento e com flor-de-sal. Deixei arrefecer.

- À parte misturei 1 pacote de "natas" de aveia para cozinha, que é possível encontrar nalguns supermercados ou em lojas de produtos dietéticos, 3 ovos, 0,5 dl de leite, pevides de abóbora, tomilho e cebolinho frescos, 1 pacote pequeno de queijo parmesão ralado e umas azeitonas pretas fatiadas. Misturei e adicionei à abóbora.

- Deitei o recheio numa forma de tarte já forrada (pode utilizar a massa já pronta). Por cima distribui rodelas de queijo de cabra. Levei ao forno cerca de 30 minutos a 200ºC.

Bolinhos de maçapão



Estes bolinhos foram feitos com as sobras da receita anterior. As tâmaras levaram uma quantidade bastante razoável de maçapão, mas mesmo assim fiquei com uma quantidade suciente para encher dois pequenos pratos com estes docinhos, que não são mais do que bolinhas de maçapão enroladas em açúcar pilé, com uma amêndoa torrada enterrada no centro.

Rebuçados de tâmaras, recheados com maçapão


 
As festas de Natal e do Ano Novo são um período em que a casa de se enche de familiares sempre dispostos a ajudar nas mais variadas tarefas, mas a quem muitas vezes é difícil distribuir alguma actividade concreta, por acabarem por atrabalhar mais do que apoiar. Mas também é importante reconhecer que com frequência se torna necessário arranjar uma ocupação qualquer, mesmo que não seja essencial para o bom sucesso dos respastos, mas que nos permita conquistar algum sossego. Estes rebuçados de tâmaras desempenharam bastante bem a sua função de "terapia ocupacional". Não foram de todo um trabalho pesado e acabaram por dar algum prazer a quem me ajudou a confeccioná-los. A sua receita, inspirada na leitura de uma revista francesa, seguiu os seguintes passos:

- Comecei por fazer o maçapão com 200 g de amêndoa (sem pele), 200 g de icing-sugar e 1 clara de ovo. Reduzi a amêndoa a farinha na máquina 123. Depois juntei-lhe os restantes ingredientes, amassando bem até obter uma pasta homogénea.

- Comprei tâmaras grandes a que tirei o caroço e depois recheei-as com maçapão. Enrolei-as depois em massa filo previamente pincelada com manteiga derretida. Dei-lhes a forma de rebuçados e levei ao forno (200ºC) até dourarem.

Estamos a começar ...

A procura do equilíbrio entre o que nos dá prazer, em termos gustativos, e o que é recomendado pelos nutricionista e médicos, é algo que faz parte do nosso dia-a-dia. Supostamente, muitas vezes secumbimos ao pecado da gula, mas precisamos de admitir que mesmo as dietas mais rígidas aceitam dias de folga dos quais devemos desfrutar sem complexos de culpa.

Somos duas colegas e amigas que olhamos para "As nossas cozinhas" como laboratórios alquímicos, onde pequenos demónios ou anjos, conforme o dia, nos ajudam a misturar emoções com outros ingredientes. Acreditamos que o acto ingerir alimentos não deve ser apenas a resposta a uma necessidade fisiológica, mas sim um momento de interacção com o meio que nos rodeia. Logo há que valorizar de igual modo todos os elementos que contribuam para o prazer desses momentos, numa visão epicurista, em que se tenha em consideração: sabores, texturas, cores, a distribuição dos elementos no espaço, etc..

Assim, seremos certamente exageradas algumas vezes, enquanto noutras procuraremos seguir as regras de uma alimentação equilibrada.