terça-feira, 5 de abril de 2011

Diário de viagem - Coruche 2

E chegou o dia de visitar a Herdade do Freixo do Meio! Uma visita conduzida pelo proprietário, o Engº. Alfredo Cunhal. Começou com uma prelecção, escutada com muita atenção, em que não só ficámos a conhcer os princípios da produção biológica, como a própria história da herdade e a filosofia e princípios que estão subjacentes à forma como é gerida. Impossível ficar indiferente a um projecto que procura respeitar ritmos naturais e que enquadra ao mesmo tempo uma forte componente de preocupação social.

Na herdade organizam-se almoços para grupos, preparados de uma forma tradicional, como a fotografia inferior mostra. O designado "lume de chão" onde os alimentos cozem em bilhas de barro, da mesma forma que antes era preparado para os trabalhadores rurais. Recordo que sobre a cozinha de Coruche foi publicado, em 1999, um livro na Assírio e Alvim - Coruche à mesa e outros manjares, em que se recuperam antigas tradições e receitas. Este livro foi-me oferecido o ano passado e é fonte de inspiração frequente.

Quanto aos produtos, como sabem já sou consumidora. Considero o selo da herdade como sinal de qualidade. A carne de peru é excelente, ao ponto de fazer esquecer o preço elevado com que chega aos retalhistas. Tive oportunidade também de comer morangos, colhidos directamente da planta e ingeridos sem necessitarem de ser lavados. Assim, como umas cenouras que apenas tinham sido passadas por água. Estes gestos simples surpreendem quem vive na cidade, que primeiro come a medo, pensando no universo de microorganismo que pode estar a ingerir, porém de forma rápida adere e aprende a apreciar o paladar.


2 comentários:

  1. Olá Fa:

    Sou uma compradora relativamente assídua das coisas desta herdade. E sim, de muito boa qualidade, tudo. Gostei muito da sua descrição. Das fotografias que a ilustraram. E tinha saudades dos seus posts:)

    Um beijo.

    Mar

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  2. Olá, Mar
    Também tinha saudades de escrever. Fui tomando alguns apontamentos para não me esquecer. Foram dias intensos, em que também vi o oposto desta herdade. Uma fábrica que processa alimentos fora de prazo e estragados provenientes dos supermercados e de outros locais. Foi uma experiência forte pelo cheiro, pelo aspecto dos produtos e pela noção do enorme desperdício que a nossa sociedade fomenta.
    bjs

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