segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Natal verde

Este ano a mesa de Natal vestiu-se de verde e de branco, a que se juntaram umas pinceladas de azul e as transparências dos cristais. A ideia surgiu no momento. Queria algo leve e etéreo. Já não consegui comprar umas velas a condizer, por isso mantive as que estavam nos castiçais. Na verdade também não gosto de velas novas. Prefiro as que já tenham sido usadas. É sinal que estamos a dar continuação a alguma coisa. Neste caso, a uma tradição que antes era cumpria pela minha mãe.


A ementa seguiu o habitual (para nós). Uma canja com frango desfiado, seguida de vol-au-vents de bacalhau e espargos com salada de alface. Depois aconteceram os doces. As empanadilhas de batata doce, rainhas do Natal. Preparadas durante a tarde pela tia O., chegaram à mesa numa enorme taça de vidro rosa. Para ela se esticavam os braços para retirar mais uma empanadilha. A estas, juntaram-se outras iguarias: fatias douradas, sonhos, bolo rei (normal e de chocolate), tarte de noz, etc..

Quanto ao dia de Natal a ementa também foi simples. A A. preparou uns rissóis de camarão com a receita do recheio da minha mãe. A estes seguiu-se uma perna de peru assado, acompanhado com muitos legumes - pastinacas no forno com molho béchamel e parmesão, batatas pequenas assadas com tomilho e alho, abóbora (potimarron) assada com alho e azeite e abacaxi assado com hortelã. Para sobremesa tivemos ainda uns crepes de farinha de milho preparados como se fossem crepes Susette mas sem álcool. Esta última iguaria foi da responsabilidade da tia O..

8 comentários:

  1. Um natal leve, com cores da natureza. Adoro pastinacas, adoro, adoro e são tão difíceis de encontrar aqui pelo Porto :(

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  2. Fa, querida Fa:
    Adorei a mesa! Está mesmo muito bonita, com o branco e o azul dado pelos pratos cozinha velha e pelas belas peças que moram naquela parede emoldurada! Muito bom gosto também na ementa... fiquei a salivar com a ideia da canja e dos vol-au-vents de bacalhau e espargos...
    Babette

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  3. Uma mesa belíssima e uma ementa farta e requintada. E gosto especialmente da maneira como sempre fala do que pertence à família, dos seus usos e costumes. Tudo com muito bom gosto.
    Este ano tive a minha filha A. ou B., conforme queira, com o nariz "pregado" na panela onde eu fazia a aletria e ajudando-me. Tal como eu, em tempos fiz com a minha Mãe. Era como se se estivessem a escrever páginas de um livro de culinária inter-geracional. Naquele momento senti que a Avó estava presente. Momentos doces, únicos.
    Beijinhos e continuação de Festas Felizes.

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  4. Olá Ondina,

    As pastinacas têm uma sabor muito particular. No supermercado do Corte Inglês consegue encontrar se tiver sorte.

    bjs

    Fa

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  5. Querida Babette,

    Foi uma ementa que fez recordar outras épocas, fi-lo intencionalmente. Apenas as pastinacas introduziram um novo sabor.

    Um beijo

    Fa

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  6. Querida Lusitana,

    Há uma experiência do saber fazer, dos pequenos truques de cozinha, que não se encontra em nenhum livro. No meu caso, aprendi com a minha mãe que adorava cozinhar e desenvolvia esta actividade de forma muito criativa. Hoje, embora já não recorde as receitas os seus olhos continuam a brilhar quando lhe mostro uma taça de fatias douradas ou de empanadilhas.

    Um beijo

    Fa

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  7. Tão bonito, o seu Natal verde! Pontuado pelo branco desses pássaros (são Vista Alegre, não são?) e pelo azul da loiça. Gostei muito da sua mesa de Natal, minha Fa. Pareceu-me mesmo um lugar de evocação. De outros Natais. De pessoas. A viver este Natal, com essa evocação carinhosa.

    Um beijo com carinho. E obrigada por partilhar a sua mesa.

    Mar

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  8. Querida Mar,

    Tem razão. São da Vista Alegre. Gosto muito deste casal de catatuas. Fui eu que os ofereci à minha mãe que também gostava muito de os colocar na mesa.

    beijos

    Fa

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