quarta-feira, 6 de abril de 2011
Diário de viagem - Coruche 3
Nesta última entrada sobre a minha estada em Coruche vou dedicar-me, em exclusivo, aos bons momentos gastronómicos. Começo pela ementa de um jantar que nos foi oferecido no restaurante O farnel. De entrada comemos uns ovos mexidos com espargos silvestres temperados com pedacinhos de carne de javali. Estavam na consistência certa e muito bem temperados, isto é, era perceptível o travo dos espargos. O que nem sempre acontece. Para prato principal foi-nos sugerido sável frito com açorda de ovas. Como sabem sou "niquenta" com o peixe, por causa das espinhas. Porém, neste caso, por aquilo que me contaram, o sável foi congelado e cortado na máquina friambreira de forma a obterem fatias muito finas. Estava excelente! Terminámos com um pudim de amêndoa também muito bom e uma gelatina de frutos vermelhos com iogurte. A simpatia do nosso anfitrião ainda nos permitiu degustar um bolo de mel com um cálice de vinho abafado. Só posso dizer que se come bem em Coruche e que este restaurante típico ficará assinalado para uma futura visita.
No dia seguinte, já na despedida de Coruche, ofereceram-nos um almoço volante que contrariamente ao que é habitual tinha na sua composição apenas especialidades locais. Destaco as túberas (trufas do montado) fritas em azeite e alho e depois salpicadas com salsa picada. As melhores que comi até agora. O ano passado tinha experimentado as túberas com ovos, mas perdem muito do seu sabor neste tipo de preparação. Foi servido também um cozido de carne de gado bravo com couves, muito saboroso. Quanto aos doces foi difícil resistir. Para além disso a cozinheira/doceira estava presente e explicou-me todos pormenores da confecção dos diferentes pratos. Na área das gulodices refiro o bolo de nozes, a torta de canela, o arroz doce preparado com arroz da região, o doce de morangos, framboesas e iogurte e os biscoitos de amêndoa. Tudo confeccionado com prazer por uma senhora muito simpática.
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Uma verdadeira enumeração de coisas boas. A começar pelos espargos silvestres. Só no sul consegui este sabor. No restaurante São Rosas, em Estremoz.
ResponderEliminarCreio que só terei passado por Coruche umas duas vezes. E de passagem. Mas a sua descrição faz-me querer parar lá, um destes dias:) Obrigada por partilhar as coisas boas que viveu.
Um beijo.
Mar
Que lindas ficaram as suas fotografias! Fiquei muito curiosa com as túberas. Adoro trufas, terão algo de semelhante? É mesmo uma lufada de ar fresco e revigorante ler este seu apontamento de viagem pelo nosso belo Alentejo, que bem o descreveu!
ResponderEliminarBeijinho
Olá, Mar
ResponderEliminarO restaurante que referi é uma boa opção, embora também exista um outro que aparece nos guias, com comida mais elaborada. Porém, O farnel pareceu-me genuíno. As fotografias foram tiradas da Igreja do Castelo, no cimo da vila.
bjs
Olá, Lusitana
ResponderEliminarAs túberas pertencem à família das trufas. O aspecto é semelhante, mas o sabor muito menos intenso. Nesta altura do ano encontram-se a vender à beira das estradas juntamente com os espargos silvestres. Este tipo de produtos fazem parte da confecção de muitos pratos. O ano passado quando estive em Coruche, nesta altura do ano, até comi túberas num cozido à portuguesa. Também não sabia da sua existência, porque não é um produto que se encontre à venda em Lisboa.
bjs